A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá afirmou que a pequena Analu Paluni Kamayura Trumai, que foi enterrada viva pela bisavó no último dia 5 de maio, em Canarana (879 quilômetros de Cuiabá), já respira e se alimenta normalmente e pode receber alta. No entanto, a menina ainda não foi liberada, pois é aguardada decisão do procurador de Justiça Paulo Prado, que deve apontar com quem ficará a guarda da criança.
No último dia 3 de julho Analu foi submetida a uma cirurgia para retirada do cateter, após apresentar melhora em sua função renal. Ela já respirava sem ajuda de aparelho, mas se alimentava por sonda. Uma fonoaudióloga acompanhou desde então o caso da bebê, para iniciar o processo de sucção, e a criança apresentou melhora.
A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá afirmou que com esta melhora a menina já pode receber alta, no entanto, ainda não pode ser liberada pois aguardam o posicionamento do procurador de Justiça Paulo Prado, que deve apontar com quem ficará a guarda de Analu.
O caso
No dia 5 de maio a Polícia Civil foi informada de um recém-nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.
Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebê, agora identificada pelo Ministério Público como Analu Paluni Kamayura Trumai, foi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
A bisavó da bebê, Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.
Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.