Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam em flagrante uma enfermeira, por furtar medicamentos e testes rápidos da Covid-19 do Hospital e Maternidade Santa Casa de Cuiabá, na noite de sábado (10). A investigação preliminar apontou ainda que a ação criminosa teria apoio de um médico da unidade de saúde. O nome do profissional não foi revelado.
Os policiais chegaram à enfermeira após receberem uma denúncia anônima de que uma profissional de saúde da unidade hospitalar estaria furtando testes e medicamentos para uma possível revenda. Diante disso, agentes da DHPP foram à Santa Casa para verificar a queixa.
No local, os policiais visualizaram a enfermeira saindo do prédio hospitalar. Ela foi abordada e os agentes pediram para que ela retornasse ao interior da unidade para que fosse revistada na presença de outros servidores.
Na bolsa da suspeita, os policiais encontraram: 25 sabonetes, 25 cotonetes localizados em um envelope plástico lacrado, um frasco de reagente, 25 frascos para pipetagem e 25 tampinhas dos frascos.
Além disso, foram encontrados instrumentos utilizados para acesso venoso e nasal, sendo: dois equipos macro gotas, dois equipos dupla via, quatro cateteres nasais tipo óculos de oxigênio, três Scalp 21Gx3/4 e vários cateteres intravenosos de diversas marcas.
O que diz a suspeita
Ainda na unidade hospitalar, os policiais foram informados que nenhum profissional possui autorização para retirar medicamentos. Ao ser questionada, ainda no hospital, a suspeita alegou desconhecimento. Logo na sequência, ela foi levada à sede da DHPP.
Já em depoimento na delegacia, a enfermeira relatou que os medicamentos e os testes eram de sua propriedade, pois usava em seus plantões particulares. Ela disse também que os materiais ambulatoriais ficavam em sua bolsa para facilitar atendimento de pacientes por questão de “eficiência e necessidade”.
Enfermeiro desmente versão
Os policiais colheram depoimento de outro enfermeiro da unidade de saúde. O profissional explicou que o material apreendido na bolsa da enfermeira é da Santa Casa, inclusive pontuando que o número de código colocado em cada material refere-se ao controle interno da farmácia.
A testemunha informou que suspeita tinha a função da triagem dos pacientes, o que não abrangia a realização de testes da Covid-19 e que esses procedimentos são realizados por enfermeiros próprios. Por fim, ele foi enfático ao explicar que nenhum servidor do hospital tem autorização para sair com qualquer medicamento ou instrumento de trabalho.
Polícia investiga participação de médico
Após a prisão da enfermeira, os policiais da DHPP apreenderam o celular da suspeita. A enfermeira, acompanhada de sua advogada, autorizou acesso aos dados do aparelho. De acordo com investigadores, foi possível identificar conversas incriminatórias dela com um médico da unidade. O conteúdo do diálogo não foi revelado.
Diante das evidências, e enfermeira foi encaminhada à seda da Polinter, em Cuiabá. Neste domingo (11), ela será submetida à audiência de custódia.
A enfermeira deverá responder por crime de peculato. Os trabalhos foram coordenados pelo delegado Caio Fernando Álvares Albuquerque.
Outro lado
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que equipe responsável pela unidade de saúde já prestou todos os esclarecimentos necessários e o caso segue sob a investigação da Policia Civil.
TVCO - PONTES E LACERDA