A Defensoria Pública de Mato Grosso (DPMT) ingressou com uma ação na Vara Regional de Araputanga (a 337 km de Cuiabá), para garantir uma vaga em UTI Neonatal com Centro Cirúrgico Pediátrico a uma gestante de sete meses, que entrou em trabalho de parto 24 horas após ser vacinada com a Coronavac.
De acordo com a defensora pública plantonista, Carolina Weitikiewic, além do parto prematuro, o bebê, assim que nascer, deverá passar por uma cirurgia.
A paciente, que está com sete meses e meio, está internada desde quarta-feira (12), no Centro de Obstetrícia do Hospital São Luiz, em Cáceres (a 219 km de Cuiabá), com perda de líquido amniótico.
A defensora diz que entrou com ação de obrigação contra o Estado e o município de Araputanga, onde a paciente mora, após tentar a vaga administrativamente, porém sem sucesso.
Carolina explica que em Cáceres a paciente conta com vaga na UTI Neonatal, mas não há Centro Cirúrgico Pediátrico. O que coloca em risco a vida do bebê, que foi diagnosticado com má formação denominada “onfalocele”, que se caracteriza pela presença de órgãos, como intestino, fígado ou baço, fora da cavidade abdominal, recobertos apenas por uma fina membrana.
“Estávamos correndo contra o tempo desde a noite de ontem para encontrar um local para o nascimento e a cirurgia, pois a médica que acompanha o caso afirma que, se a cirurgia for feita em Cáceres e depois o bebê tiver que ser transferido, as chances de sobrevida dele serão muito baixas. Ela entrou em trabalho de parto 24h após tomar a vacina Coronavac”, diz Carolina.
A defensora lembra que todas as respostas da Saúde Pública para o pedido de transferência, até o momento, foram negativas, com a informação de que não existe leito no Sistema Único de Saúde (SUS) para atender ao caso.
Diante das negativas da Central de Regulação, Carolina protocolou a ação na Vara Regional de Araputanga, na qual pede que a gestante seja transferida para um hospital privado, em Mato Grosso ou no país, para que a vida dela e do seu filho sejam preservadas.
“Precisávamos de uma decisão judicial ou administrativa que viabilizasse a vaga, urgentemente, para resguardar a vida do bebê e da mãe. Porém, enquanto tentávamos, ela teve que ser levada para a sala do parto e a criança vai nascer aqui. Agora vamos continuar com a ação para transferi-lo para uma UTI Neonatal, com um Centro Cirúrgico, e rezar para ele resistir”, defende. (Com assessoria)